15 de julho de 2009

Cartola, Marx e a Alienação

Já havia ouvido este samba do Cartola ha tempos atras sem saber que era de sua autoria. Após anos descobri inclusive que não se tratava de uma composição exclusiva de Cartola, mas sim uma parceria com Alfredo Português, e outro gênio do samba, Nelson Sargento.

A primiera estrofe do samba me trouxe a reflexão que varias vezes antes tinha discutido com meus pares marxistas. Aposto que a simplicidade com que Cartola trata a questão assustaria qualquer discussão mais complexa da Escola de Frankfurt e afins. A alienação que Marx dicutira desde sua juventude!

A Classe em Si e Para Si é colocada em quatro versos de um belo samba! Tudo bem, eu reconheço que Cartola e seus companheiros de composição, debruçam sobre o ombro da classe trabalhadora todo peso de responsabilidade de se reconhecer e agir como classe e logo serem classe. Não é muito justo segundo as proprias analises de Marx e ainda mais as de Engels.

Mas enfim, Cartola deve ter pensado: vai ficar chato demais! Vou deixar assim mesmo que o resto explica-se por sí só! Para um olhar de um marxista atento, o reconhecimento de um dia é letra!

E vamos ouvindo Cartola e contra a EXPLORAÇÃO QUE ENCOTRAMOS EM TODO LUGAR!

O Vídeo é do Mestre João Nogueira, em uma apresentação de 1997.



O Samba do Operário
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Composição: Alfredo Português/ Cartola/ Nelson Sargento


Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário

Mas como não quer reconhecer
É ele escravo sem ser
De qualquer usurário

Abafa-se a voz do oprimido
Com a dor e o gemido
Não se pode desabafar

Trabalho feito por minha mão
Só encontrei exploração
Em todo lugar

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