29 de abril de 2011

Fabiana Cozza

Interpretação Pura!
Samba Bruto!

Lindo! Linda!

13 de julho de 2010

Beth Carvalho e Zeca Pagodinho

Beth Carvalho e Zeca Pagodinho

Ainda É Tempo Pra Ser Feliz


Me cansei de ficar mudo, sem tentar
Sem falar
Mas não posso deixar tudo como está
Como está você?

Tô vivendo por viver
Tô cansada de chorar
Não sei mais o que fazer
Você tem que me ajudar
Tá difícil esquecer
Impossível não lembrar você

Você, ê, ê

Com o fim do nosso amor
Eu também tô por aí
Já não sei pra onde vou
Quantas noites sem dormir
Alivia minha dor
E me faça, por favor, sorrir

Vem pros meus braços, meu amor
Meu acalanto
Leva esse pranto pra bem longe de nós dois
Não deixe nada pra depois
É a saudade que me diz
Que ainda é tempo pra viver feliz




9 de janeiro de 2010

Roque Ferreira




Oxóssi

Roque Ferreira

Oxóssi, filho de Iemanjá
Divindade do clã de Ogum
É Ibualama, é Inlé
Que Oxum levou no rio
E nasceu Logunedé!

Sua natureza é da lua
Na lua Oxóssi é Odé Odé-Odé, Odé-Odé
Rei de Keto Caboclo da mata Odé-Odé.

Quinta-feira é seu ossé
Axoxó, feijão preto, camarão e amendoim
Azul e verde, suas cores
Calça branca rendada
Saia curta estampada

Ojá e couraça prateada
Na mão ofá, iluquerê
Okê okê, okê arô, okê .
A jurema é a árvore sagrada
Okê arô, Oxóssi, okê okê

Na Bahia é São Jorge
No Rio, São Sebastião
Oxóssi é quem manda
Na banda do meu coração



5 de janeiro de 2010

Zé Keti

Cantou o samba, as favelas, a malandragem e seus amores. Nasceu no bairro de Inhaúma, em 16 de setembro de 1921, embora tivesse sido registrado, em 6 de outubro. Em 1924, foi morar em Bangu na casa do avô, o flautista e pianista de João Dionísio Santana, que costumava promover reuniões musicais em sua casa, das quais participavam nomes famosos da música popular brasileira como Pixinguinha, Cândido (Índio) das Neves, entre outros. Filho de Josué Vale da Cruz, um marinheiro que tocava cavaquinho, cresceu ouvindo as cantorias do avô e do pai. Após a morte do avô, em 1928, mudou-se para a Rua Dona Clara.

Mudou-se para Bento Ribeiro em 1937 e, logo depois, passou a freqüentar a Portela por intermédio do compositor Armando Santos, diretor da escola. Em 1940, ingressou na Polícia Militar, onde serviu por três anos. Em1945, entrou para o grupo de compositores da Portela - que ainda não era estruturado como "ala" - escola que mais tarde assumiu como a sua de coração. Em 1950, afastou-se da escola por problemas em relação à autoria de algumas composições e foi para a União de Vaz Lobo (1954), só retornando à Portela no início da década de 1960. Em 1960, abriu uma barraca de peixes na Praça Quinze, em sociedade com Luiz Paulo Nogueira, filho do senador udenista Hamilton Nogueira. Foi responsável pela revitalização do samba, na época em que surgiu a bossa nova. Zé Quietinho ou Zé Quieto eram os seus apelidos de infância. Quieto virou Kéti porque a inicial K do nome artístico era a letra que na época era vista como de sorte, nomeava estadistas como Kennedy, Krushev e Kubitscheck. O próprio sambista divulgou a versão numa de suas falas do Show Opinião, estrelado por ele de 1964 a 1965 ao lado de Nara Leão e João do Vale.

No início dos anos 1970, separou-se da segunda mulher - com a primeira teve cinco filhos - e foi para São Paulo. Nesta época, tinha uma firma de reforma de prédios, a Ortensur. Além disso, acumulava os cargos de funcionário público e representante de um laboratório farmacêutico. Em 1974, criou o serviço de transportes marítimos São Gonçalo - Paquetá, através da Marketti Transportes Marítimos LTDA. Em 1987, no início de julho, teve o primeiro derrame cerebral. Fixou residência em São Paulo, no bairro da Consolação, morando com o filho José Carlos. Em 1995, voltou para o Rio e foi morar com uma das filhas. Continuou compondo, cantando e lançou um disco. Em janeiro de 1999, recebeu a placa pelos 60 anos de carreira na roda de samba da Cobal do Humaitá. Em agosto, com a morte de sua ex-mulher, entrou em profunda depressão. Morreu a 14 de novembro, aos 78 anos, de falência múltipla dos órgãos.

(fonte: Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira)




Mascarada
Composição: Zé Kéti e Elton Medeiros

Vejo agora esse teu lindo olhar
Olhar que eu sonhei
E sonhei conquistar
E que num dia afinal conquistei, enfim

Findou-se o carnaval
E só nos carnavais
Encontrava-me sem
Encontrar este teu lindo olhar, porque

O poeta era eu
Cujas rimas eram compostas
Na esperança de que
Tirasses essa máscara
Que sempre me fez mal
Mal que findou só
Depois do carnaval

Desengano deixei a dor em casa
Me esperando
E brinquei e brinquei
E fui vestido de rei
E quarta-feira sempre desce o pano
Carnaval desengano
Essa morena me deixou sem ano
Mão na mão, pé no chão
Hoje nem lembra não quarta-feira
Sempre desce o pano
Era só uma canção que desse vontade
De tomar a mão e de cada irmão pela cidade
O carnaval esperança
Que gente longe vem na lembrança
Gente triste possa entrar na dança
Gente grande saiba ser criança
O carnaval, o carnaval
O carnaval, o carnaval


6 de novembro de 2009

Anjo da Velha Guarda

Teresa Cristina e Cyara, em homenagem às Velhas Guardas Capixabas, interpretam "Anjo Da Velha Guarda" (Aldir Blanc e Moacyr Luz). Show do Projeto Seis e Meia realizado no Teatro Carlos Gomes, Vitória, em 11/02/09




Marina Iris e Grupo Coisa e Tal

Marina Iris (voz), Maurício Massunaga (bandolim e voz), Joana Saraiva (flauta e saxofone), Tomaz Miranda (cavaquinho e voz), Diogo Sili (violão de 7 cordas e voz), Chico Abreu (percussão e voz) e Manuela Trindade (percussão)




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Anjo da Velha Guarda

Composição: Moacyr Luz e Aldir Blanc

O terno branco parece prata
E a fita em meu peito diz que eu sou
Daqueles que vão pra Maracangalha
Rever Anália
Eu vou
No vento que leva o chapéu de palha
Também sou de fibra e pau-brasil
O samba é tudo que eu sei
E Momo é o único rei que amei
Sou a sétima corda e passo devagarinho
Com Rodouro no coração
Meu nome em letras de ouro
É parte do tesouro de qualquer agremiação
De cuíca eu manjo
Também vou de banjo
Fiz das avenidas meu salão...
Fidalguia esbanjo
E danço com meu anjo
Eu sou da velha guarda, meu irmão!

21 de outubro de 2009

ÚLTIMO DESEJO

Existem as coisas bonitas!!
Existem as coisas lindas!!
Existem os poemas!!
(e) Existem as canções de Noel!!

com vocês a interpretação de Cristina Buarque de "Último Desejo" durante a peça musical "O Poeta da Vila e Seus Amores", de Plínio Marcos, no Sesc Ipiranga em 10/11/2006, durante o projeto "Em cena, ações". A direção é de Heron Coelho. postagem no youtube da usuario jccipriano


Último Desejo

Noel Rosa

Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete, sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim

15 de outubro de 2009

DIA DE GRAÇA

O vídeo, mais uma vez retirado do nosso amigo Youtube é 28/02/2008, e local da gravação é Centro Cultural Carioca por ocasião do aniversário de Teresa Cristina. (postagem de oliveiraandrea)

Teresa convida João Cavalcanti (Casuarina) e cantam a harmoniosa "Dia de Graça" de Candeia!




Dia de Graça
Candeia

Hoje é manhã de carnaval (ao esplendor)
As escolas vão desfilar (garbosamente)
Aquela gente de cor com a imponência de um rei, vai pisar na passarela (salve a Portela)
Vamos esquecer os desenganos (que passamos)
Viver alegria que sonhamos (durante o ano)
Damos o nosso coração, alegria e amor a todos sem distinção de cor
Mas depois da ilusão, coitado
Negro volta ao humilde barracão
Negro acorda é hora de acordar
Não negue a raça
Torne toda manhã dia de graça
Negro não se humilhe nem humilhe a ninguém
Todas as raças já foram escravas também
E deixa de ser rei só na folia e faça da sua Maria uma rainha todos os dias
E cante o samba na universidade
E verás que seu filho será príncipe de verdade
Aí então jamais tu voltarás ao barracão

13 de outubro de 2009

BAILE NO ELITE

Em uma parceria de Nei Lopes e João Nogueira nasce Baile no Elite, um pérola que onde é cantada é seguida dos mais efusivos aplausos. Uma canção para dançar ao melhor estilo gafieira e admirar instrumentos de sopro e violão em perfeita sintonia!

O vídeo mostra a interpretação pela GAFIEIRA ZIRIGUIDUM em Baile realizado no instituto Cultural Afrosul Odomodê.

Vale a pena conferir!


Baile no Elite

(Nei Lopes / João Nogueira)

Fui a um baile no Elite, atendendo a um convite
Do Manoel Garçon (Meu Deus do Céu, que baile bom!)
Que coisa bacana, já do Campo de Santana
Ouvir o velho e bom som: trombone, sax e pistom.
O traje era esporte que o calor estava forte
Mas eu fui de jaquetão, pra causar boa impressão
Naquele tempo era o requinte o linho S-120
E eu não gostava de blusão (É uma questão de opinião!)

Passei pela portaria, subi a velha escadaria
E penetrei no salão. Quase morri do coração
Quando dei de cara com a Orquestra Tabajara
E o popular Jamelão, cantando só samba-canção.
Norato e Norega, Macaxeira e Zé Bodega
Nas palhetas e metais (E tinha outros muitos mais)
No clarinete o Severino solava um choro tão divino
Desses que já não tem mais (E ele era ainda bem rapaz!)

Refeito dessa surpresa, me aboletei na mesa
Que eu tinha reservado (Até paguei adiantado)
Manoel, que é dos nossos, trouxe um pires de tremoços
Uma cerveja e um traçado (Pra eu não pegar um resfriado)
Tomei minha Brahma, levantei, tirei a dama
E iniciei meu bailado (No puladinho e no cruzado)
Até Trajano e Mário Jorge que são caras que não fogem
Foram se embora humilhados (Eu estava mesmo endiabrado!)

Quando o astro-rei já raiava e a Tabajara caprichava
Seus acordes finais (Para tristeza dos casais)
Toquei a pequena, feito artista de cinema
Em cenas sentimentais (à luz de um abajur lilás).
Num quarto sem forro, perto do pronto-socorro
Uma sirene me acordou (em estado desesperador)
Me levantei, lavei o rosto, quase morto de desgosto
Pois foi um sonho e se acabou
(O papo é pop e o hip-hop
A Tabajara é muito cara
e o velho tempo já passou!)

12 de outubro de 2009

NOVE NÃO É DEZ

Inauguramos aqui o novo espaço do blog. Um espaço de bate papo com mestres, admiradores e conhecedores do mundo do SAMBA, NOVE NÃO É DEZ. No nosso primeiro bate papo temos a honra de ler MOACYR LUZ, compositor, cantor, carioca e fervoroso apreciador de botecos. Tivemos a honra desse bate papo atraves do contato que fizemos com Moacyr, através de seu twiiter (@moaluz)


NOVE NÃO É DEZ!




01 – Moacyr, seu disco de estréia ‘Moacyr Luz’, foi lançado em 1988. Nessa época estávamos em uma fase peculiar do rock nacional e com uma grande inserção da musica estrangeira nas rádios. Como você avalia essa tr
ajetória desde então? Como foi o caminho que o samba percorreu?

Uma vez o Nei Lopes me traduziu bem objetivamente. Disse que eu não sou sambista. Sou um compositor. Lembrei também de um show que eu fazia com o mestre João Nogueira. O radialista o apresentou como sambista, e a mim como compositor. Instigado, respondeu: - Ué! Não sou compositor?
Quando lancei esse disco em 1988 eu tinha músicas gravadas pela Leila Pinheiro, Nana Caymmi, Leni Andrade e Elba Ramalho. Meus sambas andavam escondidos. Eu já tinha feito a melodia do Saudades da Guanabara, Rainha Negra, mas nesse disco, nem uma caixa de fósforos como ritmo. As rádios tocavam as piores músicas brasileiras, mas nunca pensei em rádio como motivo pra minha carreira.

02 – Nesses últimos anos o que temos visto é uma reaproximação de grande parte da juventude com o samba. Temos vistos novos valores surgirem, novos grupos, novas interpretações. Você enxerga esse movimento? A que você atribui isso?

Tenho uma tese pessoal: - a re-masterização de LPs para
CDs disponibilizou à nova geração o acervo completo de muitos artistas, inclusive, sambistas. O samba vinha costurando uma nova tendência com pequenos redutos na zonal sul, mas com rodas clássicas acontecendo no subúrbio, como a Tia Doca que eu conhecia desde 94...Na mesma época eu freqüentava o Lapazes, na Rua da Lapa. O samba era comandado pelo Monarco. Na Rua da Carioca, quem dava as cartas era o Noca. De repente tudo juntou: - Rua do Lavradio, Arcos da lapa, Bip-Bip. Tudo acontecendo.

03 – Grande discussão hoje é sobre a valorização do que muitos chamam de samba de raiz e a depreciação do que muitos chamam de “pagode”. É notório, porém, que nas periferias dos grandes centros, a juventude entra em contato com o cavaquinho, o tantã e o pandeiro pelo pagode atual e não pelos ditos clássicos do samba. Como você avalia esse desenvolvimento das coisas?

Essa discussão é mais didática, não tenho base pra responder. Infelizmente as oportunidades acabam moldando por um caminho ou outro a sorte de cada um. Alguns começam a estudar música tendo em mãos os melhores instrumentos. Mesmo assim, não surpreende um menino de poucas posses fazer um belo solo num cavaquinho empenado.

04 – Sua paixão pelo Rio de Janeiro é cantada em verso e prosa. Sua paixão pelo carnaval é cantada em verso e prosa. Tanto o Rio quanto o Carnaval tiveram inúmeras mutações desde seus primórdios. Como você caracteriza suas paixões atualmente?


Continuo apaixonado. Gosto de ver a cidade reagir. No caso do carnaval, o que mexe forte comigo são os blocos de rua, gosto dos artesãos das escolas de samba, da hierarquia na agremiação. O cumprimento respeitoso à diretoria, a bateria, os sem-camisa nos botequins, o improviso pra ser feliz. Só de imaginar, arrepia.

05 – Outra paixão que você faz questão de externar são os Botequins, o que inclusive te levou a escrever dois livros sobre o tema. Sua simbologia, sua culinária, suas histórias. Imagina como seria a história do samba sem esse nobre lugar tão admirado por ti?

Meu irmão, não crio esse link samba e botequim. O meu botequim íntimo é freqüentado por embaixador, bicheiro, motorista de ônibus, músico de jazz, cuiqueiro. Fico encantando quando, do nada, o grupo faz um racha e inventa uma churrasqueira com tijolos, pega um latão que faz de panela e sai o tira gosto da tarde: asa de frango, siri, mexilhão na casca, carne de sol caseira, pão com alho, cuzinho de galinha, vale tudo..



06 – Como é saber que interpretes do porte de Maria Bethânia, Gilberto Gil, Rosa Passos e Nana Caymmi gravam suas composições e compartilham suas musicas? Interpretar ou compor?

São emoções diferentes, já gravei 9 discos. Tenho uma lista de 200 músicas gravadas. Põe aí a Beth Carvalho, Leni Andrade, Martinho da Vila, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Mestre Marçal, Zeca Pagodinho, Selma Reis, Dorina, Elymar Santos, Luiz Carlos da Vila, Emílio Santiago, Ivan Lins... Compondo, tive a honra de ser parceiro do Nei Lopes, Martinho da Vila, Hermínio Bello de Carvalho, Wilson das Neves, Wilson Moreira, Sereno e meus constantes Paulo Cesar Pinheiro e Aldir Blanc. É um orgulho!


07 – Se Moacyr Luz não ouvisse mais samba, nenhum disco de nenhuma espécie, ouviria o que?

Eu gosto de ouvir jazz, principalmente com músicos antigos, Oscar Peterson, Bill Evans, Wes Montgomery, Chet Backer. Também ouço Brahms, Enio Morricone..

08 – Descreva para nós um dia perfeito no Rio de Janeiro.

Adoro acordar cedo. Meu dia começa forte já pela manhã Acabei de responder essa pergunta à revista Época.. Escolhi sábado:
“Tão importante quanto a natureza em torno da cidade, o nosso Centro é maravilhoso aos sábados, principalmente no trecho final da Rua do Ouvidor, quase na Perimetral. A dica é chegar cedo naquele arredor, conseguir uma mesa no Retro Casual que fica no cruzamento da Rosário com Rua do Mercado, e pedir o cozido feito pelo Chefe Santos. É dos deuses. Perto de duas horas, em frente a livraria Folha Seca (Ouvidor, 36) começa uma roda de samba comandada pela nova geração do enredo. E o melhor, de graça”

09 – Deixa uma mensagem para os leitores do blog.

Amigos, o futuro é aqui, cada vez mais perto, coração e idéias.
A internet é a face globalizada, mas a sinto cada vez mais pessoal.
Salve as individualidades!

2 de outubro de 2009

Nomes de Favela

Paulo César Pinheiro é um monstro isso é um fato! Nomes de Favela, é uma das mais belas canções do referente autor! segue vídeo com brilhante interpretação de Moyseis Marques.

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Nomes de Favela
Paulo César Pinheiro
Composição: Paulo César Pinheiro

O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!

Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus

Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro

Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar

17 de julho de 2009

Cartola canta Acontece

Acontece

Cartola

Esquece o nosso amor, vê se esquece.

Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.


Prosa com Cartola

Semana passada tive um sonho estranho. Não pelo seu enredo mas pela circinstância real que ele aconteceu! Foi algo novo, real demais para acontecer com as pestanas cerradas e a gosto da madrugada.

Como sempre, sem início definido me deparei conversando com o Mestre Cartola. Um papo desconstraído sem vaidades hierárquicas onde eu e ele flertavamos uma boa prosa como bons amigos, e na verdade éramos.

Cartola me mostrava velhas canções, das quais me lembro apenas da tinhosa e bela "Tive Sim". Todas rabiscadas em um antigo caderno de capa dura. O sambista portava seus óculos - aqueles negros, tão modelados naturalmente a sua pópria face. Trajava uma vestimento branca, que ajudava a dar um ar simples a toda aquela cena.

Me lembro que em mim, havia uma dúvida perene, que não cessou um nenhum segundo. Apesar daquela amizade construída e consolidada nos segundos do sonho, queria registrar aquele momento ganhando um autógrafo do compositor maior da Estação Primeira. E ao final venci. Venci meu medo da negativa, venci meu medo de despertar antes do fim, venci meu medo de desbrir que aquilo tudo era fruto da minha atividade de sonolência. No caderno que foi me dado havia gravado a assinatura de Cartola. Não me lembro sua grafia exata apenas a sua posição na contracapa do caderno.

Acordei e aquela história residia em todos os meus pensamentos. Imagina: Eu e Cartola. O que iriam pensar? A frustação da confirmação do sonho não passou em nenhum momento por mim. Me deliciava como um ouvinte de "Acontece" como aquela experiência visual.

Cartola e Eu proseando sobre muitas coisas que minha memória não me permiti recordar. Posso dizer porém, que uma prosa com Cartola: Eu tive sim!

15 de julho de 2009

Cartola, Marx e a Alienação

Já havia ouvido este samba do Cartola ha tempos atras sem saber que era de sua autoria. Após anos descobri inclusive que não se tratava de uma composição exclusiva de Cartola, mas sim uma parceria com Alfredo Português, e outro gênio do samba, Nelson Sargento.

A primiera estrofe do samba me trouxe a reflexão que varias vezes antes tinha discutido com meus pares marxistas. Aposto que a simplicidade com que Cartola trata a questão assustaria qualquer discussão mais complexa da Escola de Frankfurt e afins. A alienação que Marx dicutira desde sua juventude!

A Classe em Si e Para Si é colocada em quatro versos de um belo samba! Tudo bem, eu reconheço que Cartola e seus companheiros de composição, debruçam sobre o ombro da classe trabalhadora todo peso de responsabilidade de se reconhecer e agir como classe e logo serem classe. Não é muito justo segundo as proprias analises de Marx e ainda mais as de Engels.

Mas enfim, Cartola deve ter pensado: vai ficar chato demais! Vou deixar assim mesmo que o resto explica-se por sí só! Para um olhar de um marxista atento, o reconhecimento de um dia é letra!

E vamos ouvindo Cartola e contra a EXPLORAÇÃO QUE ENCOTRAMOS EM TODO LUGAR!

O Vídeo é do Mestre João Nogueira, em uma apresentação de 1997.



O Samba do Operário
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Composição: Alfredo Português/ Cartola/ Nelson Sargento


Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário

Mas como não quer reconhecer
É ele escravo sem ser
De qualquer usurário

Abafa-se a voz do oprimido
Com a dor e o gemido
Não se pode desabafar

Trabalho feito por minha mão
Só encontrei exploração
Em todo lugar

28 de maio de 2009

NELSON CAVAQUINHO (CASUARINA)

Depois de longo e tenebroso inverno sem nada no Blog: NELSON CAVAQUINHO, interpretação do brilhante grupo CASUARINA. O video não é profissional mas atende a necessidade de audição desta belissima canção.

Pranto de Poeta é mais uma das belas composições de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, e mais uma exaltação a Estação Primeira de Mangueira.



PRANTO DE POETA
Composição: Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito

Em Mangueira
Quando morre um poeta
Todos choram bis
Vivo tranquilo em Mangueira porque
Sei que alguém há de chorar quando eu morrer

Mas o pranto em Mangueira é tão diferente
É um pranto sem lenço
Que alegra a gente
Hei de Ter um alguém
Pra chorar por mim
Através de um pandeiro e de um tamborim

3 de abril de 2009

Tia Surica canta Candeia

Tia Surica canta em seu aniversario no Teatro Rival "Pintura sem Arte" de Candeia acompanhada pelo Grupo Semente. Marcos Esguleba e Direção Musical de Paulão 7 cordas



Me sinto igual a uma folha caída
Sou o adeus de quem parte
Pra quem a vida é pintura sem arte
A flor esperança se acabou
O amor, o vento levou
Outra flor nasceu é a saudade
Que invade tirando a liberdade
Meu peito arde igual verão
Mas se é pra chorar, choro cantando
Pra ninguém me ver sofrendo
E dizer que estou pagando

Não, não basta ter inspiração
Não basta fazer uma linda canção
Pra cantar samba se precisa muito mais
O samba é lamento, é sofrimento, é fuga dos meus ais
Por isso eu agradeço a saudade em meu peito
Que vem acalentando os meus sonhos desfeitos
Jardim do passado, flores mortas pelo chão
Pétala, semente de paixão

Casuarina

Apresentação do Grupo Casuarina.

A música apresentada é CERTIDÃO.

CERTIDÃO, a faixa que dá nome ao álbum, não é um samba de cartório, é de rua, como explica João Cavalcanti, autor da letra: “CERTIDÃO é um grito. De quem vem sendo posto em cheque por fazer samba. Logo o samba, sempre tão popular e acessível, agora tinha uma cartilha determinando quem o podia ouvir e fazer. CERTIDÃO é a resposta dos músicos-não-sambistas-que-fazem-samba-ainda-assim. Quando João Fernando me mostrou a melodia, vi na hora que ela se prestava, como uma luva, a esse propósito de gritar que não pedimos endosso, não pedimos para ser sambistas, apenas ouvimos sambas, fazemos sambas e vivemos do samba. Um pouco por vocação, um pouco por contingência, muito porque ninguém faz samba por preferir.”



Refrão:
Certidão
É papel que não preciso, não
Pois o samba que hoje canto
É íntimo e tem razão de ser


As palavras não são sem querer
Eu já sei secar meu pranto
Com a força do meu bordão

Autêntica inspiração
De quem só vê beleza
O samba é universal
Razão primordial
Do som
Ninguém detém o dom
E digo com certeza:
É público tal e qual
O nosso carnaval

Mas, vem...
Desata a criar também
Que a nossa natureza
Precisa brincar de Deus
Provar que é dos seus

Já vou...
O mestre me endossou
Com toda gentileza
De quem tem no coração
Amor que não precisa

Repete refrão

Autêntica inspiração
De quem só vê beleza
O samba é universal
Razão primordial
Do som
Ninguém detém o dom
E digo com certeza:
É público tal e qual
O nosso carnaval

Mas, vem...
Desata a criar também
Que a nossa natureza
Adora brincar de Deus
Pra ver se é dos seus

Já vou...
O mestre me endossou
Com toda gentileza
De quem tem no coração
Amor que não precisa

Repete Refrão

13 de fevereiro de 2009

Cristina Buarque e Velha Guarda da Portela

Cristina Buarque e Velha Guarda da Portela

27 de janeiro de 2009

Adeus a Tia Doca!

som e imagem dizem tudo.
confesso que chorei!

Adeus a Tia Doca!


Monarco: perda de Tia Doca é irreparável

Julia Moura, JB Online

RIO - O corpo da pastora da Velha Guarda da Portela, Jilçária Cruz Costa, de 76 anos, conhecida como Tia Doca, está sendo velado na quadra da Portela, Rua Clara Nunes, 81, em Madureira. Pelo menos 100 pessoas já passaram por lá. Entre eles, Hildmar Diniz, o Monarco. Segundo ele, a cadeira de Tia Doca na galeria da Velha Guarda continuará vaga.

- Ela era uma sambista de fato. Uma sambista perfeita. Cantava, tocava e sambava. Foi uma perda irreparável. Vamos deixar a cadeira dela vazia. Agora, só restam três pastoras Áurea, Surica e Eunice - lamenta Monarco.

Muito abalado, Nem, filho da Tia Doca, anunciou que o famoso Pagode da Tia Doca (que acontece todo domingo na Rua João Vicente, 219, em Madureira) está de pé.

- É uma perda muito grande para mim e para todo o mundo do samba, mas vou continuar com o pagode. Tenho muito orgulho em ser filho dela.

A sambista morreu na tarde de domingo no Hospital dos Servidores do Estado (Iaserj), no Centro, após sofrer um infarto. Ela tentava se recuperar de um derrame ocorrido no último dia 17 de janeiro e que a fez ser internada às pressas no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, subúrbio do Rio. No ano passado, ela foi destaque no filme "O mistério do samba", dirigido por Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor e produzido pela cantora Marisa Monte.

O corpo foi enterrado às 16h desta segunda-feira no cemitério de Irajá.

20 de janeiro de 2009

Moacyr Luz canta o Carnaval





E
m tempos de espera de carnaval uma das mais belas composições sobre o tema que conheço. Assinada pela inspirada dupla Moacyr Luz e Aldir Blanc.

O
album em questão está no link (http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/artistas.asp?Status=DISCO&Nu_Disco=2864). Vale a pena conferir a faixa. Um presente!



Vitória da Ilusão

(Composição: Moacyr Luz e Aldir Blanc)

Carnaval
Relicário de uma tradição
Imortal vitória da ilusão
Carnaval! Coração!

Bordadeira e carpinteiro
Armam outro Rio de Janeiro
Escultor, artesão

Carnaval! Passional!
Veias de serpentina
A alma de isopor e purpurina...
Carnaval, missa campal do povo brasileiro
Onde a hóstia sagrada é o pandeiro
Carnaval, celestial império do trambique
Onde o crente idolatra o repique

Rio que passa e que não passou
Chama devassa purificou
O meu sentimento na contradição de um ritual

Carnaval! Anormal!
O menino é menina
E o doutor juiz é a bailarina...

O carnavalesco é um deus maldito
E isso é que é bonito: recriar a criação
Pamplona, Julinho, Joãozinho Trinta dão a pinta
Que nada se acaba quando é feito por paixão

Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto, isso é lindo!
- das cinzas à Ressurreição!

13 de janeiro de 2009

MONARCO CANTA CARTOLA

FELIZ 2009 A TODOS!
Andava sem acesso a rede por esses dias mas agora estou de volta. Para começar o novo ano um belissimo registro.
M
onarco (da Portela) canta "O Mundo é um Moinho" (Cartola) no programa "Sarau" (sobre os 100 anos de Cartola) da Globo News. Belissima e inconfundivel voz da Velha Guarda da Portela sendo intercalada com depoimentos do maior representante da verde e rosa.






Ainda é cedo amor
Mal começastes a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com os teus pés

23 de dezembro de 2008

VELHA GUARDA E BETH CARVALHO

Velha Guarda da Portela e Beth Carvalho interpretando "A chuva cai" de Argemiro e Casquinha.
Belo samba com destaque para ultima parte: "Espero que a natureza faça voce mudar de opinião!"
Gravado pela Beth em 1980 este samba foi um sucesso espetacular, tocando nas rádios de norte a sul.




A CHUVA CAI(Argemiro/Casquinha)

A chuva cai lá fora
você vai se molhar
já lhe pedi não vé embora
espere o tempo melhorar
até a própria natureza
está pedindo pra você ficar
Atenda o apelo desse alguém que lhe adora
espere um pouco
não vá agora
você ficando vai fazer feliz um coração
que está cansado de sofrer desilusão
Espero que a natureza
faça você mudar de opinião

22 de dezembro de 2008

POESIA DE CARTOLA

Particularmente considero essa uma das obras mais honestas e primorosas de Cartola.
"Tive Sim" é de uma sinceridade amorosa assustadora e consegue unir melodia e musicalidade na voz negra inconfundível de Cartola.



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TIVE SIM
Cartola

Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz

Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou

Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar

19 de dezembro de 2008

NELSON CAVAQUINHO

Cabelos prateados. Uma voz de aço, com rouquidão curtida em madrugadas boêmias pelo Rio de Janeiro. Temas surpreendentes, onde a Morte é personagem assídua. Nelson Cavaquinho foi um trovador moderno, espalhando sua música e poesia pela noite carioca. Suas músicas são de uma simplicidade impressionante, como somente os grandes gênios conseguem fazer, não há um verso ou nota a mais que o necessário.
Nelson Cavaquinho é o prontaganista de diversas estórias já folclóricas era também capaz de no final de uma madrugada distribuir todo dinheiro ganho em um show pelos mendigos e prostitutas. Ficando até mesmo sem ter como pagar a condução de volta para casa. Vendia músicas e parcerias para sobreviver nos momentos mais difíceis. Inclusive esta é a razão de serem tão raras suas parcerias com o também mangueirense Cartola, que não gostou quando Nelson vendeu música que fizeram juntos.
Seu mais constante parceiro, com quem compôs diversos clássicos da música brasileira, foi Guilherme de Brito, uma pessoa com um estilo de vida completamente oposto ao bohêmio Nelson. Outro que não pode ser enquadrado entre seus "parceiros de ocasião" é Alcides Caminha, mais conhecido como escritor de populares histórias em quadrinhos eróticas, nas quais assinava como Carlos Zéfiro.
Nelson Cavaquinho é um dos grandes compositores da história da música brasileira, foi gravado pelos mais importantes artistas é revenciado pelos músicos.
Eis uma pérola com registro! É de arrepiar!
















18 de dezembro de 2008

CICATRIZES

Mais uma bela canção de Paulo César Pinheiro, nosso maior compositor por aqui no tempo recente do blog.



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Cicatrizes

Paulo César Pinheiro e Miltinho

Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal
Meu coração precisa
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal

16 de dezembro de 2008

PORTELA NA AVENIDA

Uma ode realizada para a azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira! Uma belissima canção de Mauro Duarte e Paulo Cesar Pinheiro. Salve a Portela! Salve o Samba!

Belissima Interpretação em Homenagem a Clara Nunes realizada pela Portela com Aninha Portal, Nilze Carvalho, Luiza Dionízio, Dorina e Vera



Também posto a interpretação do grupo Capim Seco (myspace.com/capimseco) em Belo Horizonte-MG (Bidu, Fabrício e Michelle)


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Portela Na Avenida
Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro

Portela
Eu nunca vi coisa mais bela
Quando ela pisa a passarela
E vai entrando na avenida
Parece
A maravilha de aquarela que surgiu
O manto azul da padroeira do Brasil
Nossa senhora aparecida
Que vai se arrastando
E o povo na rua cantando
É feito uma reza, um ritual
É a procissão do samba abençoando
A festa do divino carnaval

Portela
É a deusa do samba, o passado revela
E tem a velha guarda como sentinela
E é por isso que eu ouço essa voz que me chama
Portela
Sobre a tua bandeira, esse divino manto
Tua águia altaneira é o espírito santo
No templo do samba

As pastoras e os pastores
Vêm chegando da cidade, da favela
Para defender as tuas cores
Como fiéis na santa missa da capela

Salve o samba, salve a santa, salve ela
Salve o manto azul e branco da portela
Desfilando triunfal sobre o altar do carnaval

CLARA NUNES E PAULINHO DA VIOLA

Paulinho da Viola e Clara Nunes se encontraram em um musical para o Fantástico, exibido em março de 76. No auge de suas carreiras, os dois combinaram seus sucessos, que já eram muitos, em um pot-pourri exclusivo.

"Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida"

"O Mar Serenou"

"Argumento"

"Tristeza Pé no Chão"

"Pecado Capital"

"Menino Deus"

"Guardei Minha Viola"

"Conto de Areia"

TV Globo, 1976.

12 de dezembro de 2008

PAULINHO DA VIOLA

Wilson Batista e Afonso Teixeira quando compuseram Chico Brito não poderiam imaginar que a canção era ajustada da melhor forma possível a vez imponenente de Paulinho da Viola.
Paulinho gravou a faixa no album de nome "Zumbido" em 1980. Essa peça da história do Samba marca quase uma categorização musical: um samba crivado de materialismo histórico, afinal "se o homem nasceu bom, e bom não se conservou: a culpa é da sociedade que o transformou!"
A apresentação a seguir é do conjunto Feijoada Completa. O grupo é formado por Caio Martinez (voz), Cristiano Fischer (violão 7 cordas), Luís Arnaldo (cavaquinho), David Sosa (flauta), Pedrinho (bandolim), Marcos Reloginho (pandeiro), Guigo (surdo) e Marcelinho (percussão).



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Chico Brito
Wilson Batista e Afonso Teixeira


Lá vem o Chico Brito,
Descendo o morro nas mãos do Peçanha,
É mais um processo!
É mais uma façanha!

Chico Brito fez do baralho seu melhor esporte,
É valente no morro,
Dizem que fuma uma erva do norte.

Quando menino ia na escola,
Era aplicado, tinha religião,
Quando jogava bola era escolhido para capitão,

Mas, a vida tem os seus revezes,
Dizia Chico defendendo teses,

Se o homem nasceu bom, e bom não se conservou,
A culpa é da sociedade que o transformou.

11 de dezembro de 2008

PODER DA CRIAÇÃO - VIVA JOÃO!

Paulo César Pinheiro! Novamente ele por aqui. Em outra parceria com João Nogueira nos brinda com essa belissima obra. O "Poder da Criação" é daqueles sambas de arrepiar! "Cresce "na hora certa! Belissima composição com música e levada de estirpe singular!
A apresentação postada aqui é de Diogo Nogueira, filho de João Nogueira, em um show que se apresenta como convidado de Beth Carvalho.



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O Poder da Criação
João Nogueira e Paulo César Pinheiro

Não, ninguém faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração

Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
E acende a mente e o coração
É, faz pensar
Que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Vem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E um verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar!

10 de dezembro de 2008

REVERÊNCIA AO CARTOLA!

Agenor de Oliveira, o Cartola, dispensa maiores apresentações. Um dos grandes Mestres!

Postamos aqui uma raridade da TV Record de São Paulo. O Programa era "Sambão" de 1973, apresentado por Elizeth Cardoso e que permaneceu no ar por 18 meses. Elizeth claramente faz reverências ao grande compositor e sua obra.

Cartola que viria a falecer sete anos mais tarde conta com toda pujança e elegância peculiar a bela composição com Elton Menezes: O SOL NASCERÁ.




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O SOL NASCERÁ
Cartola e Elton Menezes

A sorrir
Eu pretendo levar a vida

Pois chorando
Eu vi a mocidade perdida

Fim da tempestade
O sol nascerá

Fim desta saudade
Hei de ter outro alguém apara amar

A sorrir
Eu pretendo levar a vida

Pois chorando
Eu vi a mocidade perdida